Evite Pânico na Extorsão de Tarifas em Processo Criminal
A influência de Trump na Suprema Corte Americana
parece levá-lo a querer influenciar a Corte de Justiça no Brasil, usando
práticas extorsivas de suas tarifas em benefício de seu candidato, Jair Bolsonaro, envolvido
em processo criminal de golpe de Estado. Em muitos países, golpe de Estado
resulta em prisão perpétua ou pena de morte.
Esta interferência nefasta na democracia brasileira
deve ser refutada por todos os brasileiros. Aceitá-la seria a capitulação do
governo brasileiro e de seu povo, embora o Congresso Nacional bolsonarista
parece ter aceitado isto como normal.
É abominável a chantagem do ex-estrategista de Trump,
Steve Bannon, ao dizer na imprensa que “o governo do presidente
norte-americano, Donald Trump, pode anular as tarifas de 50% contra produtos
brasileiros, caso seja anulado o processo judicial envolvendo Jair Bolsonaro na
trama golpista”. Isto é chamado de extorsão, mas para Steve Bannon “Isto é MAGA” (Make America Great Again). “Isto é o novo mundo bravo”.
A discussão de tarifas comerciais entre países é feita
em fóruns adequados e na diplomacia e não como moeda de troca e extorsão. A
prioridade da sociedade brasileira neste momento é discutir a inaceitável
interferência do governo americano na nossa democracia, considerando também os
ataques feitos à democracia americana.
Vale mencionar que as maiores críticas à Suprema Corte
americana, no momento, estão sendo feitas por um de seus membros, a juíza
Ketanji Brown Jackson, a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na
instituição. Com uma voz forte numa Corte conflituosa, a juiza Brown Jackson
está recebendo a atenção e admiração de muitos, incluindo a grande imprensa do
país.
Esta semana foi perguntada a ela, por um juiz federal,
o que a mantinha acordada à noite, tendo ela respondido: “Eu diria que é o
estado de nossa democracia”. Por conta disto, ela está muito interessada em
fazer com que as pessoas se concentrem, invistam e prestem atenção ao que está
acontecendo no seu país e no governo, disse ela, num evento da Ordem dos
advogados de Indianópolis.
Durante este evento ela falou das duras críticas às
recentes decisões de emergência de seus colegas, que deram ao presidente Donald
Trump amplos poderes para reformular o governo federal, deportar imigrantes
para países, que não o deles, sendo alguns devastados pela guerra e encerrar a
proteção de centenas de milhares de migrantes.
Isto sugere o quanto o mais novo membro da Suprema
Corte está insatisfeito com os rumos de seu país. Daí ter afirmado que o estado
da democracia americana a mantém acordada à noite. Imaginem o quanto vive
acordado o ministro Alexandre de Moraes em carregar o peso das decisões de um
golpe de Estado, enfrentar a ganancia das Bigs Techs, ameaças de morte e as
feke News de criminosos.
Portanto, neste momento, o Brasil está enfrentando uma
interferência ilegal em suas atividades internas por um governo autoritário
hostil, que não quer que um político brasileiro, amigo de Trump, seja
processado, mesmo sendo responsável por um golpe de Estado.
Pelo que se lê na imprensa americana, muitos americanos
estão torcendo pelo Brasil, pedindo que sejamos fortes para não deixar que
criminosos fascistas nos remova do caminho democrático. Nós, brasileiros,
podemos ensinar uma lição aos americanos sobre como manter traidores
responsáveis pelo que fizeram.
Mesmo que o Congresso Nacional esteja fugindo desta
chantagem descarada, nós brasileiros, o governo e o Poder Judiciário deste país
não podemos ficar calados, deixando que ataques desta natureza continuem nos
atropelando. Neste caso, precisamos nos
unir, incluindo as forças produtivas, fazendo nossa economia crescer e nossa
democracia se fortalecer.
Quanto às tarifas, não precisamos criar pânico, como está
sendo mencionado por acadêmicos no Canada e Estados Unidos, que acreditam que
as Cortes de Justiça vão anular todas elas. Um exemplo vem do professor Paul
Krugman, Prêmio Nobel de Economia, ao dizer que a taxação ao Brasil é descaradamente ilegal..
Segundo o Jornal Washington Post de ontem, o mercado
está ignorando as crescentes ameaças tarifárias de Trump, com o mercado de
ações continuando a subir, apesar da incerteza na política comercial. Além disto, há desafios legais sobre a
autoridade de emergência nacional de Trump em impor tarifas, os quais estão em
análise nas cortes de justiça.
Portanto, a forma definitiva de tarifas permanece
incerta, com dezenas de contestações legais tramitando nos tribunais
americanos. No final de julho, por
exemplo, serão ouvidos argumentos de um caso que pode invalidar todas as
tarifas impostas por Trump.
Em maio passado, a Corte de Comércio Internacional determinou
que Trump excedeu sua autoridade ao impor, unilateralmente, tarifas. O governo
Trump apelou da decisão da Corte, mas uma decisão final está prevista para os
próximos meses. Com certeza, o caso do Brasil vai influenciar muitos juízes no
julgamento de tarifas.
Por fim, a prioridade do momento é nos fortalecer
contra o ataque à democracia e pedir que os traidores da Pátria sejam julgados,
o mais rápido possível. Quanto às tarifas, aguardar as decisões judiciais das
Cortes americanas e, sem pânico, discuti-las nos fóruns adequados.
Possíveis prejuízos já estão sendo noticiados, mas não
devem durar muito. O empresariado brasileiro deve se juntar à luta em favor da
democracia e contra os traidores da Pátria. Todo este desastre a eles deve ser
debitado.
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